De alguns anos a esta parte, que me tenho cada vez mais rendido, aos resultados dos vídeos que vejo no Vimeo, em especial aos movimentos feitos com slides.
No ano passado tinha comprado uma nova câmara, mais concretamente uma Sony NX5E que me permite o Full-HD e tinha como objectivo para este ano, investir em mais alguns acessórios como parte de um processo de reformulação ou “revolução” do trabalho. Era meu desejo criar e conseguir aqueles planos certos e estáveis que tal ferramenta o permite e elevar o nível do meu trabalho.
Já o estava a namorar, podia ser novo ou usado, ia ser um glidetrack e colocar-lhe-ia uma cabeça Manfrotto como dizem as regras, iria resistir a caminhos caseiros para que mais tarde não me arrependesse. Já estava até na fase de pesquisar os preços, e muito perto do investimento.
No fim-de-semana que passou, tive a coincidência de cruzar-me com um profissional da área e que sobre uma mesa lá tinha o dito acessório, por coincidência com a cabeça que eu desejara e tudo. Haviam de ver, não sei o que reluzia mais, os cromados do bicho ou os meus olhos, parecia um momento “soft-dream”com a primeira bicicleta.
Não perdendo a oportunidade, dirigi-me ao colega e toca a por conversa sobre as minha intenções de longa data e o pedido de uma opinião sobre o meu ponto de vista.
Nos 10 minutos que se seguiram e após a transparência e objectividade do colega que simpaticamente me aturou, senti que foram um enorme evitar de asneira, e isto porque, segundo ele, e que também tinha uma câmara do género da minha, só iria tirar partido desta solução se comprasse uma D-SLR e lentes fixas, a exemplo de uma 50 mm 1.4. , entre outras que trazia. Só assim conseguiria criar o efeito de focagem/desfocagem que uma curta profundidade de campo pode trazer. Para além disso, alertou-me para a necessidade de mais um elemento humano para o dia, para a execução correcta de todas as tomadas. Na verdade, assisti, talvez pelo peso da câmara que precisou do apoio de mais um colega para a total execução dos movimentos.
Conversa para a frente, e para trás, facilmente entendi que aquele conjunto de guias com cabeça, teria de acrescentar lentes, câmara DSL-R, pessoa, risco, etc. Num momento em que ninguém sabe onde a economia vai parar, seria muito difícil aumentar e justificar os preços do serviço.
Se calhar, acabarei por investir num monopé, sempre posso viver com o prejuízo e algum tempo que preciso para os baptizados.
Pois é, bastaram 10 minutos, para que a minha bicicleta ficasse com os pneus furados, volante quebrado e os raios como uma fisga.
Cumprimentos a todos, Filipe Araújo.