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Autor Tópico: Multi-câmera em reportagens de casamentos  (Lida 11684 vezes)

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Offline José Costa

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Multi-câmera em reportagens de casamentos
« em: 21 / Set / 2007, 08:34 »
Boas.

Utilizar duas ou mais câmeras numa reportagem produz um producto final muito superior á utilização de uma só. Prova disso são as transmissôes televisivas da volta a Portugal em bicicleta, por exemplo. Como seria monotomo a mesma só com uma câmera, para não falar  no facto de que não seria possivel cobrir todo o percurso, ao mesmo tempo. Num concerto, e apesar da acção se desenrolar durante todo o tempo no mesmo local, a multi-câmera tambêm proporciona um resultado final muito superior. Num concerto do Phil Collins, que se realizou ao vivo e que foi gravado á anos atrás, foram utilizadas nada + nada - que 23 câmeras. O resultado é simplesmente genial. Mas num casamento, justifica-se a utilização de duas ou + câmeras? Numa transmissão televisiva, sim, mas... no consumidor final?

Se tiver em mente só o aspecto visual, só o resultado final, eu diria que sim. Mas existem outros factores que é preciso contabilizar: os meios técnicos e humanos necessários, a organização do trabalho em equipa, a compatibilização do equipamento utilizado, o tempo extra na edicção video, etc. Se tivermos tudo isto em consideração, creio que não se justifica. A não ser que o cliente esteja disposto a pagar mais por isso, o que na prática raramente acontece. Então, o que se faz (ou o que se pode fazer) ?

No tempo em que o S-VHS e o HI8 eram Reis e as mesas de mistura video davam cartas, os op. de câmera dos chamados acontecimentos sociais (a que eu pomposamente gosto de chamar "Reportagens BBC" - Bodas, Batizados e Casamentos - mas que nas aldeias do Norte do Pais são conhecidos por filmadores de casamentos), o método de filmagem era bastante diferente do actual. Nesse tempo, tentava-se filmar o mais certinho possivel, sem grandes "malabarismos", pela sequência lógica dos acontecimentos. Os dissolves entre duas imagens erão feitas normalmente recorrendo a um freeze numa delas e as passagens de um local para o outro (tipo de casa da noiva para a igreja) era feito filmando da casa da noiva para o Céu e depois do Céu para a fachada da igreja. A música (sonorização), essa era feita depois da edicção video estar feita. E por eu escrever "o mais certinho possivel" não quer dizer obrigatóriamente que tinham uma imagem muito estável. Alguns filmavam em cima de uma barca, tal era a instabilidade das imagens.

Mudam-se os tempos, mudam-se os métodos. Mas por vezes nem tanto assim. O video Digital e a edicção não linear colocou nas mãos dos utilizadores um controle e uma precisão nunca antes atingida. A precisão frame-a-frame era algo banal no tempo da edição linear (lê-a-se "no tempo dos videos e mesas de mistura"), mas só no equipamento topo de gama. Só mesmo as grandes productoras tinham possibilidades monetárias para tais equipamentos. Mas é curioso notar que ainda muita gente continua a não tirar partido das capacidades dos equipamentos actuais. Ainda se continua a filmar e a editar da mesma forma que á 15 anos atrás (não todos, é um facto).

No tempo da edição linear, era fácil encontrar quem se gabáva de conseguir editar quatro, cinco e até mesmo seis trabalhos num só dia. Alguns sei que era só basófia, mas outros, após se verificar a qualidade dos trabalhos (ou falta dela) tal afirmação era credivel. Uma entrada no inicio, mais ou menos bonita, e depois era só uma cópia do master. Missa até dizer chega, baile até dizer não quero mais. E tinhamos duas ou três horas de um trabalho em que só se aproveitáva 5 minutos.

Mas antes, uma clarificação: a minha noção do que deve ser uma reportagem video é um pouco diferente daquilo que observo muitas vezes. A reportagem de um casamento deve ser vista como se de um filme se tratá-se. Algo que vimos do principio ao fim sem recorrer ao FastFoward do comando. Ninguém vê um filme a 2x a velocidade normal (a não ser que seja apenas para rever alguma parte especifica do mesmo). Assim, não faz qualquer sentido o cliente (os noivos) recorrerem ao comando "para andar para a frente", porque têm meia hora ou 3/4 de hora só de missa, mais outro tanto de baile. Não á paciência que aguente tal. E se durante o tempo todo da cerimónia (missa) a única imagem que se vê é apenas a dos noivos e pouco mais (como muitos fazem), então ainda pior.

Por outro lado, uma reportagem  não é propriamente um videoclip da MTV. Assim sendo, não encontro justificação para fazer uma montagem nesse estilo. Alguma liberdade criativa é desejáda e bem vinda, mas uma coisa é o "alguma" e outra é o "toda". Uma reportagem toda ela constituida por backgrounds, composiçôes video e os chamados "efeitos" tira toda a noção do objectivo em si: a de documentar um acontecimento especifico.

Mas não se entenda isto como sendo um apologista do "documental", do rigor histórico. Uma reportagem pode documentar mas também entreter. Trabalhar estas duas vertentes faz com que se consiga um bom trabalho. A parte conhecida por "passeio dos noivos" será talvez  onde se pode ter mais liberdade criativa. Mas não ao ponto da criatividade "abafar" os actores principais. Sou apologista de que um trabalho deve seguir um estilo do principio ao fim, seja o estilo que fôr. Ter as filmagens em casa dos noivos editádo de uma forma, e a parte da igreja e o resto das filmagens numa outra forma, faz com que, para mim, essa seja uma má edição.

Ainda á quem filme com a ideia em mente de que "na montagem dá-se um jeito". Errádo. O segredo para uma boa edição é ter uma boa filmagem. Quando feita em condiçôes, edita-se a ela própria. Sem imagens, ou más imagens, não é possivel fazer um bom trabalho. Como costumo dizer, "Impossiveis ainda se faz, milagres não!"

Com o digital, começei a ouvir afirmaçôes do género "só neste bocadinho tenho 150 clips diferentes". Funciona, na mente deles, como uma elevação de "status", como um "sou muito bom". Querem imprimir um certo ritmo, uma certa dinâmica, a um trabalho que na verdade ainda continua a ser filmado como o "arrasta fita" do passado. Ainda continuam a apresentar um trabalho "para dormir". Um videoclip no inicio, por vezes muito bonito, mas o resto do filme é a cópia do costume. Tempos de tomada de vista enormes, panorámicas exageradamente lentas, zooms sem nexo e em quantidade acima do que seria desejado. Hora e meia, quando não é mais, de verdadeiro "rebobina para a frente que esta parte não interessa". Ainda não se mentalizaram que uma reportagem não é só o inicio, não é só um bocádo. È todo o tempo da reportagem. E todo o filme tem de ter a mesma dinâmica, o mesmo ritmo, mesmo nas partes mais "mortas", e principalmente nestas (como na igreja, por exemplo, salvaguardando as necessárias diferenças do momento). Mas para isso é preciso saber como filmar, saber o que filmar, e depois saber como editar.

Trabalhar com planos de vista diferentes, atenção ao som ambiente, a eliminação do superfluo e a escolha das musicas certas permite "imprimir" a dinâmica a toda a reportagem, não a uma só parte da mesma. Tendo-se estas coisas em mente, consegue-se fazer um trabalho muito semelhante ão que se obteria se se filmá-se com duas câmeras. Não será seguramente a mesma coisa, mas pode ser muito parecido.

A linguagem cinematográfica tem aquilo a que se chama de "climax". O ponto alto de um filme, depois de uma sequência "morta". O tempo que medeia entre cada "climax" é diferente no cinema e na TV. No cinema é cerca de 23 minutos, na TV é cerca de três minutos. No cinema, as pessoas deixam-se ficar sentádas á espera que o filme se "desenvolva". Na TV, as pessoas mudam logo de canal. Por isso os tempos são diferentes.

Numa reportagem BBC, entendo que se deve tentar manter o "climax" do principio ao fim da mesma. Deve-se tentar criar algo que faça com que o expectador fique com desejo de ver mais, mas no entanto sem ter ficádo com a sensação de que viu pouco. O expectador deve chegar ao fim e desejar voltar a ver a reportagem, sem no entanto o fazer. Quanto mais perto estivermos de conseguir isto, melhor é o producto final.

Alguns trabalhos não correspondem á reportagem do serviço cujos op. foram contratados para fazer. O trabalho entregue mais parece uma demo dos efeitos que o NLE permite fazer. O resultado acaba por ser algo aborrecido, cansativo. O expectador chega ao fim da mesma e lembra-se dos "efeitos especiais" mas não da reportagem, porque ela simplesmente não existiu. Não houve história. Passou a ser mais um video visto, sem importancia. Para contrariar isto, a filmagem tem de contar uma história. O "efeito especial" tem de estar na edição, mas no entanto sem ser perceptivel. E quanto ao tempo, não mais que 45-60 minutos. Mas também não muito menos.

E então chegámos á multi-câmera. Se evitarmos os zooms e escolhermos bem o que filmá-mos, podemos simular a multi-câmera, criando assim uma reportagem dinâmica. Exige também muito mais trabalho na edição, mas o resultado final não tem comparação.

Quando ouço os outros comentarem "só neste bocadinho tenho 150 clips diferentes", riu-me para mim mesmo. Nunca senti curiosidade em saber quantos "clips" têm os meus trabalhos, mas após ler um outro tópico á tempos atrás (e que é a razão de eu estar a escrever este), decidi-me a contá-los. Sabia que seria muitos, só não sabia quantos. A contagem passou dos 150 clips. E dos 300 também. Os 500 ficaram mesmo ao perto. Mas não parou... 600, 700, 800. O contador parou nos 981 clips. Atenção que são clips, não são frames!

Mas se tiver em atenção que num outro trabalho, com aproximadamento o mesmo tempo, tinha 813 clips, diria que a média é de cerca de 850 clips por montagem. E sem perder de vista a continuidade dos planos, o racor, a sequência lógica dos acontecimentos e todas essas "tretas" que aprendemos e que por vezes gostariamos de esquecer, tal é o trabalho que dá.

Eu gosto de video, e gosto de "expremer" os momentos. Gosto de retirar sumo de uma imagem ao ponto de ela falar por si só. È por isso que o "arrasta fita" não se encaixa na minha ideia do que deve ser uma reportagem. Pena é que muitos não queiram pagar o néctar que muitos como eu têm para "oferecer". Boas.
O profissional inovador não segue a multidão. Ele tem lucidez para remar contra a maré e não se importa em ser taxado como "um estranho no ninho". - Luiz Roberto Carnier

Offline Rui Ribeiro

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Re: Multi-câmera em reportagens de casamentos
« Responder #1 em: 21 / Set / 2007, 11:42 »
 ... belo testamento JC  :lol:


Sim e não ... sim porque acho que existem situações em que se pode usar o sistema, não por certo com régie e triax.
Um bom exemplo são as imagens realizadas em casa da noiva e do noivo, um operador a acompanhar cada fotografo poupava nas deslocações.

Depois, porque não fazer a cerimónia religiosa, ou as partes mais activas do copo de água?

Posto de parte a ideia régie e cabos ... até que se podia fazer, mas ... para além de custos e referidas situações que implicam, coordenação, falo da realização, duas cameras soltas a gravar sortido (ou não). E o facto do serviço prestado neste tipo de eventos, os BBC's, em termos de produto final não tem como qualidade objectiva ser um exaustivo ...

Ou seja, vamos ter dois operadores a gravar soltos, sem estarem sincronos? For what? Para ter mais imagens sortidas na edição e por certo mais trabalho pela procura de planos e escolha de corte e cola.
Quando a arte para este tipo de eventos tem em média entre quinze e vinte minutos, e sendo feito de "apontamentos" ( noivo, noiva, igreija, copo d'água, dança, bolo, buffet, e outros ), justifica-se?

Só mesmo para poupar na gota entre a casa do noivo e da noiva seguindo à boleia dos fotografos, e trabalho para duas pessoas ...

JC ... quantas k7's fazes por casamento?

RR

Offline José Costa

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Re: Multi-câmera em reportagens de casamentos
« Responder #2 em: 21 / Set / 2007, 12:41 »
Boas.

Tens razão, belo testamento! Mas que queres, não sei como dizer as coisas com poucas palavras...

Quanto ás K7s, normalmente anda na 01:30 horas, em material bruto, cerca de 50 minutos na montagem. Em casos muito concretos, em que o cliente quer algo diferente e pága para isso, faço 3 horas de material bruto, com os mesmos 50 minutos de montagem. Apenas forneço a montagem, os brutos não entrego ao cliente, nem mesmo cópias destes.

Mas deixa ver se percebi: para os lados de Lisboa utilizam dois fotografos?

Quanto a "dois operadores a gravar soltos", não é problema. Basta sincronizar o Time-code de ambas as máquinas. Por isso é que referi "compatibilização do equipamento utilizado". Boas.
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Rui

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Re: Multi-câmera em reportagens de casamentos
« Responder #3 em: 21 / Set / 2007, 13:20 »
"Basta sincronizar o Time-code de ambas as máquinas."

A teoria é a "bela" mas a prática a "besta".
Em termos de reportagem o timecode é provavelmente a ultima coisa que o operador vai pensar com tanto improviso para acompanhar situações com pouco ou nenhuma coreografia.
Podes sincronzar as camaras e colocar o timecode em free-run, mas até as Betacam Digital passado algum tempo começam por derivar uma da outra.
Numa serie que editei há pouco tempo fizeram isso em Angola e foi uma "#$$% para as sincronizar.
Quase sempre nestas situações faltam os assistentes, poupar €50 para aumentar o trabalho dos operadores, se o trabalho final for bom o cliente não se importa de pagar.


Offline Pedro Rocha

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Re: Multi-câmera em reportagens de casamentos
« Responder #4 em: 21 / Set / 2007, 17:55 »
O texto do José é exemplar e expõe pontos importantes no mercado das BBC's.

Qualquer dia estás a escrever um livro ou vídeos de aprendizagem sobre BBC's, mas à uma coisa que o Rui Barros disse que acrescentaria um pouco mais de qualidade ao vídeo e o não trabalhar ás vezes na corda bamba em certas situações. Um assistente é uma coisa que muitas vezes precisaria, desde a colocação do micro emissor, ajuda na iluminação, na condução do veiculo e outras situações em que a logística do próprio evento obriga.

Quanto à sincronização de camcorders, existe uma técnica na Z1E que não tem os cabos de sincronização de TC encontrados nas camcorders de maior valor. A técnica é colocar em Free-Run e com um telecomando apontar em simultâneo para as duas e fazer reset ao contador, assim ambas recebem a informação ao mesmo tempo. Já experimentei e com resultados de sincronização surpreendentes. Penso que mesmo se aplique a todos os modelos de camcorder com Free-Run e comando, acho têm é de ser da mesma marca.

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Offline Rui Ribeiro

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Re: Multi-câmera em reportagens de casamentos
« Responder #5 em: 21 / Set / 2007, 18:54 »

Mas deixa ver se percebi: para os lados de Lisboa utilizam dois fotografos?


... pois que tenho assistido a alguns nesses moldes, um para a casa do noivo e outro para a casa da noiva ... e encontram-se na igreija.

Na parte do copo de água, então, até parece produção industrial  :wink:

RR


Rui

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Re: Multi-câmera em reportagens de casamentos
« Responder #6 em: 22 / Set / 2007, 05:01 »
Em termos de produção industrial aqui nos EUA os videos BBC chegam a alcançar verdadeiras produções que literalmente abafam algumas feitas em Portugal em termos de televisão.
Aliás, existem aulas de produção para as BBC.

Exemplo:
http://www.videouniversity.com/wedlanken.html
 

Offline José Costa

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Re: Multi-câmera em reportagens de casamentos
« Responder #7 em: 25 / Set / 2007, 20:23 »
Boas.
A página "oficial" segue abaixo:
www.TulsaWeddingFilms.com
www.MarkandTrisha.com
O profissional inovador não segue a multidão. Ele tem lucidez para remar contra a maré e não se importa em ser taxado como "um estranho no ninho". - Luiz Roberto Carnier

mancebu

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Re: Multi-câmera em reportagens de casamentos
« Responder #8 em: 04 / Out / 2007, 20:44 »
Boas

Li atentamente os post´s anteriores, e no próximo sábado vou filmar um casório! vai ser apenas com uma câmera, mas já nao é o primeiro em que vão dois operadores, ja a história dos fotografos, é comum ver-se dis fotografos!

Na minha opinião, penso que as as 2 cameras sao uma mais valia, desde, que os operadores, estejam em "sintonia", sempre em comunicação, coordenados em termos de escalas de plano, etc!  mas acho que mais que duas cameras , tb só se justifica, se o cliente for mesmo bom :lol:!



Marco Iba

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Re: Multi-câmera em reportagens de casamentos
« Responder #9 em: 05 / Out / 2007, 00:39 »
Saudações Novamente Caríssimos!

Gentileza dos Nobres Colegas desvendarem curiosidade minha:

Qto custa em Lisboa, por exemplo, um Pacote de Casamento com 01 Câmera e com 02 ou mais Câmeras - Produção Própria? ( Captura de Imagens + Edição + Finalização/Autoração DVD ).

Qto cobra um Freelancer para executar serviços de cinegrafista 01 Câmera?
Qto cobra um Editor Freelancer para Editar Casamento?

Abraços e bom trabalho à todos!


Offline Pedro Rocha

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Re: Multi-câmera em reportagens de casamentos
« Responder #10 em: 12 / Nov / 2007, 09:34 »
Reparei que faltava responder a estas perguntas todas, estranho que até hoje ninguém o fez, vai-te habituando Marcos aqui em Portugal existe sempre um grande medo de revelar os preços dos serviços. Somos um país pequeno e com a rede de auto-estradas é possível atravessar-lo em pouco mais de 6 horas de Norte a Sul e até 2 horas do litoral para o interior. Isto leva a que um prestador de serviços de video do Sul consegue por vezes competir directamente com um do Norte e vice versa.
Lembro-me à 15 anos quando comecei nestas andanças de ir para zona de Lamego e Peso da Régua gravar casamentos, os preços e a qualidade do trabalho em Lisboa eram muito mais competitivos e não havia muitas auto-estradas para lá.

Posso dar-te um intervalo de valores, pois depende da zona, qualidade do serviço e concorrência.

Captação (1 camera), edição e DVD - 350€ a 700€
Captação (2 cameras), edição e DVD - 500€ a 1000€
Captação - 100€ a 300€
Edição e DVD - 150€ a 400€

Bem sei que os intervalos são grandes, mas como deves perceber é difícil precisar um valor.

Agora posso-te falar do meu caso, pode que outros se prenunciem...

Captação (1 camera), edição e DVD - 700€
Captação (2 cameras), edição e DVD - 1000€
Captação - 150€ (até 4 horas), 250€ (8 Horas)
Edição e DVD - varia conforme a complexidade, posso cobrar à hora ou por trabalho.

Atenção Marcos este valores incluem IVA, mas na maior parte dos casos este tipo de trabalhos não envolve facturas ou recibos visto que as margens de lucro já são reduzidas e o preço do equipamento é sempre o mesmo em todo o mundo e até mais barato, mas esta tendência está a mudar pois a máquina fiscal Portuguesa está cada vez mais eficiente.

Espero ter ajudado...
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Marco Iba

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Re: Multi-câmera em reportagens de casamentos
« Responder #11 em: 12 / Nov / 2007, 12:02 »
Saudações Caríssimo Pedro Rocha!

Não tenha dúvida que ajudou ... e muito!

Devo ter comentado anteriormente: tenho família em Lisboa e minha mulher neste momento encontra-se a fotografar em caráter informal também em Lisboa!

Temos ( ela )  feito algumas visitas com objetivo de divulgar nosso trabalho!
Ainda não decidimos por "abrir" Studio ou trabalhar na informalidade, visto custo de manutenção de uma situação comercial formal, o que num primeiro momento parece-me dispendioso, até mesmo porque leva algum tempo até "engrenar" no mercado.

Nestas visitas, obtivemos informações parecidas com as que vc postou, no que toca a valores.
Contudo, não deixo de ficar espantado pelo grande número de empresas que ainda utilizam para confecção do vídeo em eventos o formato VHS ( ou SVHS - como queiram )!

Rapaz ... já não toco em VHS tem lá uns seis ... talvez oito anos ...
... mas esta situação é justamente a mesma enfrentada por aqui: "encarar" o vídeo em eventos como um "subproduto"!

Não sei se cheguei a mandar algum "clipezinho" por mim produzido ... mas se o assistir vai perceber que o nível dos eventos por nós produzido não deixam à desejar, quer em valores, conteúdo e produção! Até mesmo as MiniDVs já não são muito bem vistas por aqui!

Ainda, esta situação fez-me a rever alguns conceitos: não estarei eu super-valorizando questões técnicas na "tentativa" de ingressar no mercado Português? ( afinal, acabei de adquirir uma GY-HD110u ) ... ( seria um luxo capturar em HDV para um casamento de 350.00 euros não seria?! )

De qualquer forma, até porque dedico-me em tempo integral ao BBC já tem anos, vamos lá ver no que é que dá! ... caso as coisas a mim não corram muito bem ... vou vender bicas numa tasca qualquer!!!

Agradeço imenso seu post ... isto só demonstra aquilo que sinto a seu respeito: que estamos a falar com pessoa séria ... do mais alto nível ... profissional capaz e sabedor de suas pontencialidades ... daí a falta de receio em dividir dados tão importantes! Ademais ... estarei em Lisboa provávelmente no final de Janeiro princípio de Fevereiro. Estarei à vossa disposição e dos colegas que necessitarem Parceria, uma segunda Câmera e/ou Edição!

Abraços e Sucesso!

Offline Gil

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Re: Multi-câmera em reportagens de casamentos
« Responder #12 em: 12 / Nov / 2007, 17:43 »
boas.
bem vou responder sem ler as respostas dos outros users. sim que este testamento cansou LOLOL :)
vou falar pela experiência e isto porque sou o responsávle da parte do vídeo na empresa do meu pai :P

1- justifica-se a utilização de duas ou + câmeras? Numa transmissão televisiva, sim, mas... no consumidor final?
alguem já ouviu em algo do tipo, "trabalhar de borla?!". ok eu já e as vezes acontece isso lá na empresa do meu pai. é verdade que nem sempre esse trabalho extra é pago, MAS a vantagem é que um casamento com 2 cameras SINCRONIZADAS é muito diferente de ser gravado só com uma camera. logo o resultado final é bem melhor. o cliente viu gostou, e da proxima que precise de algo, volta-nos a bater a porta. ou melhor ainda aconselha o nosso trabalho ;)
experiência a falar!

2-  método de filmagem era bastante diferente do actual. Nesse tempo, tentava-se filmar o mais certinho possivel, sem grandes "malabarismos", pela sequência lógica dos acontecimentos. Os dissolves entre duas imagens erão feitas normalmente recorrendo a um freeze numa delas e as passagens de um local para o outro (tipo de casa da noiva para a igreja) era feito filmando da casa da noiva para o Céu e depois do Céu para a fachada da igreja.

bem eu posso dizer um pouco que é bem verdade o que aqui se afirma. se bem que nesses tempos eu era um miudo e lá ia vendo os funcionarios do meu pai a gravar e o meu pai a editar. conta ele quantas vezes não adormecia na parte da igreja ao fazer a edição, isto porque ele era o unico na zona a fazer edição de videos de casamentos e já ia na sexta montagem seguida. LOLOL

3- Ainda se continua a filmar e a editar da mesma forma que á 15 anos atrás (não todos, é um facto).

nesse campo eu posso dizer o seguinte. quem ainda assim trabaha, deve ser só reportagem bbc para a familia. LOLOL

4- "na montagem dá-se um jeito". Errádo. O segredo para uma boa edição é ter uma boa filmagem. Quando feita em condiçôes, edita-se a ela própria. Sem imagens, ou más imagens, não é possivel fazer um bom trabalho. Como costumo dizer, "Impossiveis ainda se faz, milagres não!"

exacto, partilhamos a mesma opinião. um bom operador de camera é aquele que faz as imagens ou planos a pensar na edição. não a edição a pensar nas imagens ou planos.

5- Trabalhar com planos de vista diferentes, atenção ao som ambiente, a eliminação do superfluo e a escolha das musicas certas permite "imprimir" a dinâmica a toda a reportagem, não a uma só parte da mesma. Tendo-se estas coisas em mente, consegue-se fazer um trabalho muito semelhante ão que se obteria se se filmá-se com duas câmeras. Não será seguramente a mesma coisa, mas pode ser muito parecido.

diz a minha experiência, uma camera NUNCA chega a duas! logo pode-se de facto conseguir um bom resultado com uma camera, mas se com 2 cameras e 2 operadores bem celejados que trabalhem em perfeita sincronia (falo por mim), faz-se qualquer coisa de espetacular. ultimamente nos casamentos costumamos filmar com 2 cameras e o resultado final fica 5 estrelas.

um abraço JotaPe ;)
Imagem - Sony NXCAM-NX5 (avchd)
Edição - Grass Valey - Edius 7 PRO
Áudio - Cubase5
Correcção de Cor - Davinci Resvole 11

Raul Coelho

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Re: Multi-câmera em reportagens de casamentos
« Responder #13 em: 18 / Abr / 2008, 21:20 »
[quote
« Última modificação: 03 / Mai / 2008, 15:13 por R »

Offline Rui Manuel Brites Duarte

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Re: Multi-câmera em reportagens de casamentos
« Responder #14 em: 05 / Set / 2008, 03:40 »
Multi-câmera.....sou um novato a tentar ganhar asas neste campo do video, mas tambem ja nao sou nenhum ignorante e ja montei video no sony vegas em multi-câmera, ja me passaram várias touradas de praça pelas mãos, e pela pequena experiência que tenho, posso testemunhar que apesar de sim senhor dar mais trabalho a montar a peça em sim, mas em contra partida, o video nao e tao monótomo, a peça em si acaba por "respirar" mais, o espectador acaba por ficar mais colado ao video.
Por exemplo, numa tourada de praça, se fosse so filmado com uma camera, ficava muito mais "morto", assim em multi camera, mudanças de planos, reacções do publico, plano fechado do touro, plano geral da praça, a peça fica com muito mais alegria.
E depois tambem tem outro aspecto que gostava de realçar, os operadores de camera acabam por trabalhar mais a vontade, porque sabem que se errarem ou não estiverem a fazer o plano certo, ou a bateria acabar, mudar de cassete....etc.....sabem que lá está alguem para lhe "tapar o buraco" na montagem.......