Temperatura de Cor - Definição e Considerações

Iniciado por AC, 01 / Jun / 2010, 17:41

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AC

Muito se associa o conceito de temperatura de cor com a sensação térmica psicológica que elas causam ou com o calor físico dissipado por uma fonte de luz, mas na verdade o termo é usado para indicar com precisão a cor aparente de uma luz emitida, ou seja, o seu matiz.




O uso do termo temperatura de cor está associado aos experimentos do físico britânico William Thomson, também chamado de Lord Kelvin, que no século XIX criou um método que podia mensurar o desvio da luz branca e definir exatamente quando um corpo começa a irradiar luz visível. Esse experimento consistia em aquecer um bloco de carbono (mais tarde chamado de "corpo negro") até o ponto de sua fusão.

Esse dispositivo é constituído de uma cavidade envolvida com negro de fumo, o qual é capaz de absorver todas as radiações que recebe. Existe uma relação entre a absorção de radiações e emissão: quanto mais radiação luminosa uma superfície absorve, mais radiação emitirá ao ser aquecido.




O corpo negro quando aquecido a partir de uma certa temperatura, começa a emitir luz. Esse fenômeno é observado, por exemplo, em uma barra de metal aquecida. Contudo, o corpo negro pode ser submetido a altíssimas temperaturas sem sofrer fusão ou desintegração. A partir do aquecimento progressivo e da emissão correspondente a dada temperatura, em Kelvin (K), são obtidas as temperaturas de cor.


Kelvin percebeu que o calor faz com que um corpo comece a emitir energia, e conforme a sua temperatura aumenta, produz luz em diversos comprimentos de ondas visíveis, gerando vários matizes. Até certa temperatura as ondas de calor irradiam ondas infravermelhas, portanto não visíveis aos olhos, passando por todas as ondas do espectro visível até chegar às ondas ultravioletas, também invisíveis aos olhos humanos. A partir dessas temperaturas, aferidas na grandeza kelvin (onde 0K = -273,3ºC), criou-se uma escala que relaciona um matiz gerado por uma fonte de luz com o calor necessário para consegui-lo.




Percebemos através da imagem acima que, ao contrario do fenômeno psicológico, quanto maior a temperatura de cor, mais ela tende ao azul, portanto menor é a sensação psicológica de calor e vice-versa. Temperatura de cor e temperatura psicológica da cor são conceitos inversamente proporcionais.

TEMPERATURA CORRELATA DE COR (TCC)

Todo corpo que recebe calor emite radiação. Um ferro de passar, por exemplo, quando ligado emite ondas de calor sensíveis ao tato. Porém, essa radiação, por ter uma temperatura baixa, não é visível aos olhos, estando na faixa das ondas infravermelhas. Entretanto nem toda fonte de luz necessita da mesma quantidade de energia para acelerar os átomos e assim gerar luz em seu espectro visível. Isso quer dizer que quando nos referimos a um matiz com temperatura X, isso não quer dizer necessariamente que ele alcance aquela temperatura física, mas que, por analogia, seu matiz tem o valor igual ou parecido com um matiz gerado por incandescência naquela determinada temperatura. Isso se chama temperatura correlata de cor. Sendo assim, qualquer fonte de luz que não trabalhe por incandescência ou que têm seu matiz alterado por algum meio, são analisadas por TCC.
É por esta razão que, quando falamos de temperatura de cor para lampadas de descarga, do tipo HMI ou outras, estamos a falar de temperatura de cor correlata.


NOTA: A informação aqui publicada, foi recolhida de vários sites na Internet, limitei-me à sua compilação e adição de um ou outro paragrafo.
A quem não quer ver, nem a mais intensa luz ilumina!

AC

#1
O BRANCO EM TELEVISÃO

Os fabricantes de câmaras de televisão, por razões diversas, standartizaram, que um branco em televisão é electronicamente obtido pela seguinte equação Y=40R+49G+11B, onde Y é a Luminância, R a componente vermelha da luz, G a verde, e B a azul.
Algumas das razões para se ter chegado a esta equação prendem-se com o facto de a maioria das fontes de luz já utilizadas em estudio (antes da cor) seram de halogénio, serem "baratas", e tecnicamente fáceis de fabricar para temperatura de cor de 3200ºK. Assim, uma luz de 3200ºK, à vista um pouco alaranjada, é luz branca para uma câmara de televisão, que como se depreende, como standard, é calibrada para trabalhar a 3200ºK.
No entanto, a maioria ou mesmo a totalidades das câmaras, dispõe de uma qualquer forma de comutação para produzir um branco, com luz de 5600ºK, vulgarmente conhecida por luz de dia. As câmaras mais antigas faziam esta modificação, colocando fisicamente um filtro corrector de temperatura de cor, à frente dos elementos captadores de luz, sendo que actualmente a maioria das câmaras faz essa operação por alteração electronica da equação matemática apresentada anteriormente.





PS: A seguir... O Balanço de Branco
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AC

#2
O Balanço de Branco

As câmaras de vídeo, ao contrário do olho humano, não são capazes por si só, de efetuar correções nos desvios da temperatura de cor com que os objetos são iluminados, de modo que aquilo que parece branco aos nossos olhos, o seja tambem para elas.
Pelo que já foi dito atrás, sobre Temperatura de Cor e o Branco em Televisão (ou video) sabemos que as câmaras precisam ser ajustadas às caracteristicas da luz existentes no momento da captação. Para se obter  esse ajuste, existem várias possibilidades, uma é o uso de filtros coloridos (CC - color correction filters) internos na câmara ou montados na própria objectiva, outra é a correcção de temperatura de cor nas proprias fontes de luz de forma a adaptá-la à calibrada na câmara, situação quase impossivel de fazer em captações fora de estudio, ou ainda:
Operando através de um circuito eletrônico denominado balanço do branco (white balance), presente em praticamente todos os modelos de câmaras. Este circuito, que pode funcionar em modo automatico (pouco recomendado) ou no modo manual, corrige a receptividade da câmara às diferentes cores balanceando (daí seu nome) as quantidades das componentes RGB do espectro que forma a luz branca, deslocando sua composição em direção às tonalidades avermelhadas (para corrigir excesso de tons azulados) ou azuladas (para corrigir excesso de tons avermelhados).






A câmara não analisa todas as cores do espectro para obter este ajuste, mas sim as componentes Vermelho (R), Verde (G) e  Azul (B), que na câmara são obtidas através de micro-janelas coloridas (filtros dicroicos) sobre o CCD (câmaras de 1 CCD) ou prismas mais filtros dicroicos, nas câmaras com 3 CCDs. Ao analisar a intensidade de cada um desses tres componentes, vermelho, verde e azul, o circuito do balanço de brancos, efectua a alteração electronica da equação matemática apresentada no tópico anterior.





PS: Continua...
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Rijo Madeira

Uma "aula" excelente!
Obrigado Caneira.
Abraço
Rijo Madeira

Luis Silva

Bom poste!

Lanço, agora, outro desafio...

CRI - Definição e considerações

Obrigado

AC

Eu tambem CRI...a  :lol:

Que tal deixar essa para ti, caro colega?
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